Projecto de cariz universalista que pretende aglomerar as estéticas do jazz, do rock e da electrónica num diálogo transgressor e (ao mesmo tempo) consensual. A arquitectura dos ritmos e "groove" de batida pujante, é contaminada por sonoridades abstractas e improvisação colectiva, criando matéria aparentemente caótica mas orgânica, conduzindo a viagem a bom porto. De Jimmy Hendrix a Stockausen, tudo é permitido.
Carlos Barretto inspirou-se em conceitos estéticos de dois dos mais consagrados génios da arte do séc. XX - Picasso e Miles Davis (no seu período eléctrico dos anos 70): ambos declararam que a criação artística não deve excluir os incultos e os leigos, antes pelo contrário, devemos partir de algo que seja suficientemente acessível ao comum
dos mortais, dar-lhes referencias que os ajudem a situar-se (no seu limitado conforto), conduzindo-os a fazer uma viagem a partir de elementos formais que já conhece, em direcção ao desconhecido, ao novo, à criação em estado puro.
O projecto In Loko é assim o resultado de uma busca incessante das ideias de Barretto na tentativa de aproximação às correntes estéticas musicais actuais, sem perder de vista a acessibilidade de ouvidos menos informados.