ESTARREJAZZ’10
MÚSICA 5€ | 3,5€ [C/DESC. HABITUAIS] |
PASSE GERAL ESTARREJAZZ 7,5€ | 5€ [C/DESC. HABITUAIS]
[ youtube ] [ bs facebook ] [ cb site oficial ] [ cb myspace ] [ cb facebook ] [ af myspace ] [ af facebook ]
Piano: Bernardo Sassetti
Contrabaixo: Carlos Barretto
Bateria: Alexandre Frazão
Com uma cumplicidade construída ao longo de quase 13 anos, que lhe confere o estatuto de um dos agrupamentos mais duradouros do jazz português, o trio formado pelo pianista Bernardo Sassetti, o contrabaixista Carlos Barretto e o baterista Alexandre Frazão está de regresso aos palcos com um novo disco de originais, intitulado Motion.
Bernardo Sassetti, Carlos Barretto e Alexandre Frazão têm cada um deles múltiplos projectos separados e são certamente dos mais talentosos músicos de jazz do nosso país. Começaram a tocar juntos em agrupamentos diversos com outros músicos, muito antes de formarem o Trio. Aprenderam a três o que Sassetti descreve como “uma consciência colectiva do tempo e do espaço”. O que mostram saber quanto ao lugar que ocupam na cena do jazz, foi construído de raiz ao longo dos anos e não adaptado de outras experiências.
Diz-se, por vezes, que a improvisação é telepática – os músicos interagem uns com os outros como se entre as suas mentes houvesse uma comunicação invisível, o que causa sempre alguma estranheza a quem não é músico, se não tem o hábito da improvisação em conjunto. A verdade é que neste trio o entendimento é tão forte que cada um consegue prever os caminhos que os outros vão seguir e assim preparar-se para a justa resposta imediata.
Sassetti já teve a ocasião de manifestar a sua admiração pela irrequietude e pela espontaneidade de Carlos Barretto, “sempre à procura do possível e também do improvável” e pela incapacidade de ser vulgar ou banal de Alexandre Frazão.
O profundo conhecimento que cada um tem dos outros dois parceiros, do modo como funcionam e da sua qualidade musical, da sua personalidade, não poderia resultar num jazz estéril e inerte, sem direito à surpresa. Aliás, já não se trata apenas de uma questão de “mecânicas”- Barretto, por exemplo, está sempre à procura que a música atinja proporções “astrológicas”. E não é que conseguem mesmo?
Bernardo Sassetti, Carlos Barreto e Alexandre Frazão interpretam, em Motion, histórias com três instrumentos diferentes que se complementam de forma subtil, atingindo "a representação máxima da ficção, da introdução do espaço e do momento, do diálogo simultâneo, da provocação artística e da procura conjunta de novos caminhos".
Tal como em Ascent, de 2006, obra em que Bernardo Sassetti materializa uma relação profunda entre música e imagem (da fotografia e do cinema), também neste Motion se revela a fase criativa do compositor e pianista "em que a música acompanha uma narrativa fragmentada, tal como uma montagem contemporânea do cinema". O inspirador desta contaminação da música pela imagem, segundo Bernardo Sassetti, foi o falecido cineasta português José Álvaro Morais, cujo filme Quaresma, de 2003, contou com música original do autor de Ascent.
Os temas que compõem Motion são "música que nasce do nada, ideias que decorrem do pensamento e da imagética do inconsciente", em busca das múltiplas verdades da música. Componente indispensável do trio, o improviso é encarado como um meio de aproveitar o erro e "conseguir transformá-lo em música, dar-lhe um sentido, construir sobre ele".
Bernardo Sassetti
Biografia
Nasceu em Lisboa em Junho de 1970. Iniciou os seus estudos de piano clássico aos nove anos com a professora Maria Fernanda Costa e, mais tarde, com o professor António Menéres Barbosa, tendo frequentado também a Academia dos Amadores de Música. Dedicou-se ao Jazz, estudando com Zé Eduardo, Horace Parlan e Sir Roland Hanna. Em 1987 começa a sua carreira profissional, em concertos e clubes locais, com o quarteto de Carlos Martins e o Moreiras Jazztet; participa em inúmeros festivais com músicos tais como Al Grey, John Stubblefield, Frank Lacy e Andy Sheppard. Desde então, nos primeiros 15 anos de carreira, apresenta-se por todo o mundo ao lado de Art Farmer, Kenny Wheeler, Freddie Hubbard, Paquito D´Rivera, Benny Golson, Curtis Fuller, Eddie Henderson, Charles McPherson, Steve Nelson, integrado na United Nations Orchestra e no quinteto de Guy Barker com o qual gravou o CD "Into the blue" (Verve), nomeado para os Mercury Awards 95- Ten albuns of the year. Em Novembro de 1997, também com Guy Barker, gravou "What Love is", acompanhado pela London Philarmonic Orchestra e tendo como convidado especial o cantor Sting.
Como compositor destacam-se as suites "Ecos de África", "Sons do Brasil", "Mundos", "Fragments (Of Cinematic Illusion)", "Entropé" (para piano e orquestra) e "4 Movimentos Soltos" (para piano, vibrafone, marimba e orquestra). O seu primeiro trabalho discográfico como líder, Salsetti (Groove/Movieplay), foi gravado em Abril de 1994 com a participação de Paquito D’Rivera, o segundo, Mundos (Emarcy/Polygram), em Janeiro de 1996; "Nocturno", lançado pela editora Clean Feed em 2002, foi distinguido com o 1º prémio Carlos Paredes. "Indigo" e "Livre" são outras das suas mais recentes gravações de piano solo para a mesma editora.
Dedica-se regularmente à música para cinema, tendo realizado vários trabalhos nos quatro últimos anos, de entre os quais se destaca a sua participação no filme do realizador Anthony Minguella - "The Talented Mr. Ripley" (Paramount/Miramax). Para este projecto gravou "My Funny Valentine" com o actor Matt Damon, entre outros temas. Compôs igualmente, em parceria com o trompetista Guy Barker, uma série de temas para serem apresentados na Premiére deste filme realizada em Los Angeles, Nova Iorque, Chicago, Berlim, Paris Londres e Roma.
Os seus mais importantes trabalhos de composição para cinema são os seguintes: "Maria do Mar" de Leitão Barros, "Facas e Anjos" de Eduardo Guedes, "Quaresma" de José Álvaro Morais, "O Milagre Segundo Salomé" de Mário Barroso, "A Costa dos Murmúrios" de Margarida Cardoso, "Alice" de Marco Martins (por estrear), o documentário "Noite em Branco" de Olivier Blanc e a curta-metragem "As Terças da Bailarina Gorda" de Jeanne Waltz. Como solista, participou também no filme "Pax" de Eduardo Guedes e na curta-metragem "Bloodcount" de Bernard McLoughlan.
Como concertista, no tempo presente, apresenta-se em piano solo, em trio com Carlos Barretto e Alexandre Frazão ou em duo com o pianista Mário Laginha, com quem gravou os CD's "Mário Laginha/Bernardo Sassetti" e "Grândolas" (uma homenagem a Zeca Afonso e aos 30 anos do 25 de Abril).
De entre muitos discos gravados (como solista, acompanhador e compositor) podem destacar-se os seguintes: Conrad Herwing e Trio de Bernardo Sassetti - "Ao vivo no Guimarães jazz"; Orquestra Cubana Sierra Maestra - "Dundumbanza" e "Tibiri tabara"; Carlos Barreto - "Impressões" e "Olhar"; Carlos Martins com Cindy Blackman - "Passagem"; Luis Represas - "Cumplicidades"; Carlos do Carmo "Ao vivo no Coliseu"; Guy Barker - "Into the blue", "Timeswing" e "What love is"; Perico Sambeat - "Perico"; Guillermo McGill - "Cielo" e "Oración"; Tetvocal - "Desafinados"; Djurumani - "Reencontro" e Andy Hamilton - "Jamaica by night", entre muitos outros.