sáb 24 mar 22H00

TEATRO AUDITÓRIO CTE 5€

A VOZ HUMANA

ENCENADO POR CARLOS PIMENTA
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Jean Cocteau autor
Alexandra Moreira da Silva tradução
Emília Silvestre interprete
Carlos Pimenta conceção e encenação
Raquel Castro conceção, som e imagem
Dead Combo música original 
José Álvaro Correia desenho de luz
Francisco Leal desenho de som
Bernardo Monteiro figurinos
Juliana Rodrigues assistente de encenação/produção

Uma Coprodução Ensemble-Sociedade de Atores / São Luíz Teatro Municipal / Festival Temps d’Images/ TNSJ


Ansioso, atribulado e desesperado telefonema de despedida de uma mulher abandonada pelo amante, A Voz Humana é um monólogo traiçoeiramente simples e prosaico. Apupada na estreia, em 1930, a peça de Jean Cocteau acabou inevitavelmente por encontrar a sua fortuna, ao ser interpretada por atrizes como Ingrid Bergman, Liv Ullmann e Simone Signoret, e ao tornar-se, por exemplo, o núcleo sensível de A Lei do Desejo de Pedro Almodôvar. Parece agora ter chegado o momento de Emília Silvestre assumir, entre nós, esta mulher que fala ao telefone com um amante invisível – e inaudível. Um novo teste ao excecional domínio vocal, ao apurado sentido de composição e à desenvolta plasticidade da atriz fundadora do Ensemble, depois dos fulgurantes monólogos e solos que foram pontuando a sua carreira – do tour de force pessoano da Carta da Corcunda para o Serralheiro de Turismo Infinito e Sombras à demasiado humana Eu Não, de Samuel Beckett, ou a esse repositório de dor de Dama d’Água, de Frank McGuinness. Mas nesta Voz Humana também Carlos Pimenta  – acompanhado por Raquel Castro, realizadora do filme-ensaio Soundwalkers  – propõe uma evasão do naturalismo que informa o texto de Cocteau, ensaiando um novo investimento audiovisual e colocando em tensão os 80 anos volvidos sobre a escrita deste monólogo em que a tecnologia – o telefone – detém um papel central.