Humor a Vapor é uma pesquisa realizada pelo encenador e professor Fernando Berditchevsky e pela actriz Bia Nunnes sobre o teatro de comédia, baseada na obra de Artur Azevedo e sua patente influência portuguesa, com excertos de grandes autores do teatro de revista brasileiro. É o caso de Max Nunes que revelado nos "anos dourados do rádio", passando com grande sucesso pelo Teatro de Comédias Ligeiras e o Teatro de Revistas, chega à Televisão, realizando sucessos por cinco décadas, entre elas o actual Programa do Jô (Jô Soares) da TV Globo, onde actua até hoje. Max Nunes recebeu também do humor do teatro português uma significativa influência.
Humor a Vapor traz ainda o clássico do riso contemporâneo brasileiro na dramaturgia de Luís Fernando Veríssimo, e reunindo pequenos textos que cobrem um período que vai de 1910 a 2010, retratando a evolução no pensamento, no comportamento das pessoas comuns. A montagem intercala cenas passadas no Brasil e em Portugal, e destaca o trabalho do jovem fadista contemporâneo português António Zambujo, que chega com uma interessante e igualmente importante aproximação da música tradicional portuguesa com a Música Popular Brasileira.
Humor a Vapor reúne autores, compositores e intérpretes dos dois países que fizeram e fazem parte da história da graça e do prazer do riso para as plateias actuais. Bia Nunnes divide a cena com o actor Beto Coville, que recentemente esteve em cartaz na elogiada montagem O Senhor das Flores, encabeçada pelo actor Jonas Bloch. Bia Nunnes realiza em parceria com o autor, cenógrafo e premiado director Fernando Berditchevsky, um sonho há muito acalentado, a singela homenagem ao teatro de comédia e um pouco das suas origens que estão em Humor a Vapor, um espectáculo ágil, de fácil deslocação e que inicia digressões entre Portugal e o Brasil. Aliás, como fizeram as companhias de teatro de nosso passado comum.